12 de jun. de 2012

Capitão América

O que eu mais gosto em trabalhos acadêmicos é que podemos "pirar", misturando todas nossas referências. São trabalhos nossos, feitos pra nós, levando em conta só vontades, gostos e desafios. É o processo criativos desdo inicio, sem briefings, sem idéias já estabelecidas, começando do zero! Estava aqui organizando meu portfólio (que desda vez, eu querendo ou não, terá que sair) e encontrei um trabalho de junho de 2005, da cadeira Comunicação na Moda, com prof. Carlos Ramires. 

A ideia do trabalho era fazer uma análise da indumentária de uma imagem qualquer. Claro que a maioria da turma escolheu imagens de editorias de moda ou telas de grandes pintores. Eu, "O" peixe fora d'água, analisei a indumentária de um super-herói...Me contenta ver que por mais "maluca" que pareça a minha trajetória, ela é sincera, as coisas desde sempre estão ligada, as referências são forte. Agora, 7 anos depois, começo a desenhar meus proprios personagens, no curso de Produção Multimídia! Vitória! Nem tudo eu sei o por que, mas sei que é esse o caminho.

Logo o tal portifólio completo estará pronto, irei disponibiliza-lo aqui no blog. Por enquanto eis o antigo trabalho: Capitão América

1940, esta é a data da primeira aparição do Capitão América. No contexto histórico deste momento, a Segunda Guerra Mundial assustava a população do globo. Os Estados Unidos da América se preparava para qualquer conflito. Surgem grandes campanhas, com tom de intimação, para o alistamento militar. Jovens orgulhosos se alistam para defender o seu país, mas, nem todos tinham as qualidades necessárias para tornarem-se bons soldados. E foi como consolo para estes, para afirmar as virtuosas intenções americanas e mostrar que o país estava tornando-se uma superpotência, que surgue o jovem Steven Grant Rogers.

 “No início da 2º Guerra Mundial, Steven era um jovem com imensa vontade de servir seu país e defender as pessoas que estavam sendo vítimas da guerra. Porém, foi rejeitado no alistamento por ser muito franzino.O Dr. Abraham Erskine, ao lado do exército, vinha realizando experimentos para criar Super-Soldados para combater os inimigos. Foi assim que, o voluntário para o experimento, Steven Rogers, transformou-se na mais perfeita máquina de combate. Após o sucesso do experimento, ocorre um atentado nazista contra a vida do Dr., morrendo com ele a fórmula do soro.Assim nasce o Capitão América, que em honra do Dr. Erskine, de todos os que perderam a chance de se tornarem Super-Soldados, em nome da justiça e liberdade, jurou combater todo tipo de tirania e terrorismo”.

Assim era a narrativa das primeiras edições das revistas do Capitão América.

Este super-herói, foi criado tendo como público-alvo, jovens norte americanos, de classe média, que sonhavam em servir ao seu país, mas não serviam para ser soldados deste. Com a intenção de não frustrar e revoltar estes jovens, em um momento em que o país buscava uma admiração de todos, o Capitão América aparece, sendo também conhecido por Sentinela da Liberdade.

 Vestindo malha azul, com listras vermelhas e brancas na altura do abdômen e uma grande estrela no peito, e com calção por cima desta malha.

Esta forma de vestimenta não é  inovadora, e nem seria viável inovar. Já foi criado um padrão de vestir para super-heróis, e é dá repetição que a identidade sobrevive. Se algum desenhista tentasse modificar este padrão demoraria, ou não  aconteceria uma identificação do público com o personagem. A cor, as listras e a estrela são uma forma denotativa de representação da bandeira Americana, com a estrela estrategicamente disposta no peito, que é onde fica o coração, uma representação conotativa dos sentimentos humanos.

Uma mascará com a letra A na testa e assas na cabeça, esconde a identidade secreta do Sentinela da Liberdade. A letra A é de América, e também, é a letra número 1 do alfabeto. As assas denotam a liberdade, em uma época de repressão e tirania, esse era o slogan americano - liberdade e oportunidade para todos.

Por trás da mascará, um homem loiro, de olhos azuis, bronzeado, alto e forte, padrões estéticos americanos que se mantém até hoje, e se tornaram padrões mundiais de beleza, através de rituais de repetição, em seriados, filmes e outras formas de comunicação de massa, que, com a globalização, alcançaram o mundo todo.

O Capitão América não tem armas, ele possui maestria em combate desarmado e um enorme escudo redondo, que também representa a bandeira americana. Por que este super heróis não tem armas e grandes poderes? O discurso interno dos Estados Unidos para entrar na guerra era de defesa e paz, e não de ataque. A defesa é mostrada através do escudo e a paz através da luta sem armas.

         Uma postura de força com tranqüilidade normalmente transparece nas expressões do Sentinela da Liberdade, que freqüentemente, está olhando para frente, com a cabeça erguida, mostrando para os jovens orgulho da sua pátria.

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Referências Bibliográficas
- FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 3. ed. Sao Paulo: Loyola, 1996. 79 p.
 - BARNARD, Malcon. Moda e comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. 267 p.

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